O novo Jaguar E-Pace está a chegar ao mercado nacional, onde surge como uma proposta compacta no segmento Premium. Vai encontrar concorrentes como o Mercedes GLC, o novo BMW X2 e o seu primo Range Rover Evoque.
É fácil gostar do E-Pace e do seu carácter desportivo marcado pelo tejadilho descendente na direcção da asa traseira, que surge na parte superior da porta da bagageira. A volumosa grelha dianteira começa a ser uma assinatura de marca, da mesma forma que o desenho dos grupos ópticos recorda traços conhecidos nos desportivos F-Type.
A plataforma tem muito a ver com a utilizada no Land Rover Discovery, mas foi desenvolvida para afirmar um comportamento dinâmico desportivo e não para responder a uma utilização fora de estrada. O E-Pace é um SUV urbano, apesar de não temer algumas aventuras nos maus caminhos…
Com 4,39 metros de comprimento, 1,94 metros de largura e 1,64 metros de altura, é três centímetros maior do que o Range Rover Evoque e 13 centímetros mais pequeno do que o F-Pace. As jantes, que podem chegar às 21 polegadas, ajudam a sublinhar a imagem desportiva.
É certo que atrás só há dois verdadeiros lugares. O terceiro é quase fictício, devido à forma do estofo. Mas, mesmo quem se senta ali vai encontrar espaço para os pés, já que o túnel da transmissão tem uma altura reduzida.
O volume da bagageira é outro trunfo deste SUV. Os 577 litros oferecidos merecem aplauso e podem chegar aos 1.234 litros, com os bancos traseiros rebatidos.
O design interior tem um aspecto minimalista e, ao mesmo tempo, afirma-se pela qualidade da construção e dos materiais utilizados. Não quer dizer que não haja plásticos de menor qualidade, mas não estão à vista. O painel de instrumentos com 12,3 polegadas é digital e, se assume um estilo desportivo (à antiga) a imitar os mostradores analógicos, é de fácil leitura independentemente da posição do volante, regulável em altura e profundidade. As regulações dos bancos permitem encontrar uma posição ideal, tanto mais que não é exageradamente elevada.
MOTORES. A oferta E-Pace deixou de lado os motores V6. Só há opções a gasolina e diesel com blocos de quatro cilindros da família Ingenium. No lado da gasolina temos opções de 249 (desde 52.772 €) ou 300 cv (a partir de 65.803 €), e nos diesel ofertas de 150, 180 ou 240, que são certamente as mais apetecíveis no mercado nacional.
Só o menos potente dos diesel está disponível com tracção dianteira e caixa de velocidades manual. Todos os outros contam com tracção total permanente. Por isso o preço começa 45.380 €, em contraste com os 50.511 € da mesma proposta com caixa automática e tracção 4x4.
Apesar das enormes jantes de 21 polegadas e um asfalto que já conheceu melhores dias, o compromisso entre o conforto e o comportamento dinâmico é irrepreensível. Mesmo com ritmos de condução mais elevados a suspensão absorve bem as irregularidades do peso, o que aliado à rigidez contribui para a grande estabilidade direccional.
A agilidade do E-Pace passa por todos estes contributos e é graças a eles que é possível passear com o mesmo à vontade do que em ritmos mais agressivos. É certo que este é um SUV à medida da cidade, mas não está refém dela nem das grandes viagens em auto-estrada.
Gostámos da resposta do motor, sobretudo nos regimes intermédios. O binário máximo (430 Nm) está disponível logo às 1.750 rpm, e isso é ainda mais importante do que os 180 cv. A caixa automática de nove velocidades ajuda a aproveitar ao máximo o potencial do motor. É certo que custa cerca de 2.400 €, mas é dinheiro bem empregue.
Andámos por caminhos onde nunca irá passar o mais comum dos potenciais compradores deste SUV e podemos garantir que, mesmo que ninguém nos queira imitar, o E-Pace pode repetir estas e outras "aventuras"…
Mesmo assim, ficámos convencidos de que não há uma sobreposição entre este Jaguar e Range Rover Evoque. São propostas diferentes. O E-Pace é muito mais urbano e, se é capaz de andar por maus caminhos, nos estradões tem uma suspensão mais suave, o Evoque é mais aventureiro apesar de também se afirmar pela imagem elegante e citadina. Para além disso, o Jaguar tem um habitáculo mais envolvente, que pode ser tão mais acolhedor quanto melhor for o nível de equipamento (leia-se preço). São propostas diferentes…